Muricy Ramalho, coordenador técnico do São Paulo, revelou bastidores das entrevistas com técnicos para a vaga deixada por Dorival Júnior, que foi para a seleção brasileira. Muricy demonstrou insatisfação com a postura do treinador argentino Luis Zubeldía, que estava na LDU. Segundo Muricy, Zubeldía marcou uma entrevista, mas depois não quis conversar, o que irritou o dirigente são-paulino. Ele mencionou que o argentino demonstrou muita pose e não estava disposto a se encontrar rapidamente, enquanto o São Paulo buscava um substituto. Muricy enfatizou a importância de os treinadores mostrarem interesse real em assumir o cargo:
"Não entrevistamos porque marcou, depois não queria conversar, foi muito rápido. Muita pose. Pode ser daqui a 2 dias, 3 dias, e a gente louco no mercado para trazer treinador. Você vai me desculpar, aqui é o São Paulo. Não, eu vou conversar com você amanhã. Conversar, não é aceitar ou não. A gente queria saber como o cara hoje não vai dar, amanhã não vai dar. A gente louco no mercado. Não, você fora. O perfil a gente gostou, mas você tem que mostrar que quer vir para o clube", disse.
O coordenador técnico do São Paulo também mencionou que conversou com Paulo Pezzolano, ex-Cruzeiro e atualmente no Valladolid, na Espanha. Ele explicou os critérios para a escolha de Thiago Carpini (foto) como o novo treinador, destacando a importância de ter um profissional que administre bem o time e trabalhe em conjunto com a diretoria, sem interferir em aspectos que não dizem respeito ao campo de jogo. Ele enfatizou que o São Paulo busca um treinador que se dedique ao trabalho no campo e não assuma papéis que ultrapassem essa esfera, como interferir na diretoria ou em questões administrativas:
Leia também: Muricy Ramalho lamenta a ida de Dorival Júnior para a Seleção e acredita que Diniz deveria ter sido mantido"Os que entrevistamos foi só o Pezzolano e Carpini. Pedro Caixinha, não. Gostamos do nome porque tivemos informações, além do cara ser um grande treinador é um cara que administra bem o lugar. Não tem que ter paizão, tem que ter um profissional que vá lá e organize o time, trabalhe dentro do campo, não se meta no trabalho da diretoria. Essa é uma coisa que tem que acabar no futebol, o técnico que é dono de tudo. É dono do campo, do jardim, da fisioterapia, não tem esse papo. Você treina dentro do campo, e nós aqui. A comissão técnica pode trazer, mas ele não pode falar você sai. Falamos com o Pezzolano e o Carpini. Você pode trazer a sua comissão técnica, mas a nossa você não mexe, em nenhuma pessoa, nem no jardineiro. Tem que trabalhar no campo, para contratar junto da diretoria, do scout. O presidente tem que exigir isso", admitiu.
Muricy elogiou Carpini por sua preparação, estudos e pelos resultados obtidos em times com estruturas menos robustas. A estreia de Thiago Carpini como treinador do São Paulo está marcada para 20 de janeiro, contra o Santo André, no Morumbi, pela 1ª rodada do Campeonato Paulista:
"Fizemos entrevistas com treinadores e chegamos à conclusão que, nesse momento, o melhor é o que trouxemos agora. Um cara que se preparou bem, estudou, fez bons trabalhos em times que não tinham uma grande estrutura e deu resultado, tivemos muitas informações, eu fiz três entrevistas com ele. Sou muito direto, às vezes a diretoria até se assusta com as perguntas que eu faço, tem que ser assim", resumiu.
