Abel explica substituições, alfineta Flaco e aborda fase de Endrick

O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, esclareceu as substituições realizadas no empate de 0 a 0 contra o Deportivo Pereira, que garantiu a classificação da equipe brasileira para as semifinais da Libertadores. Ele também aproveitou para dar uma "cutucada" no atacante Flaco López e falou sobre a escassez de gols de Endrick.

Titulares em ação. "Enfrentamos um árbitro que permitia o jogo fluir e foi uma partida de muitos duelos. As substituições no segundo tempo já estavam estrategicamente planejadas. Felizmente, ninguém se lesionou, o que era minha principal preocupação. Foi uma partida bastante truncada, com muitos confrontos. Nosso adversário veio com a intenção de nos impedir de jogar e não tinha nada a perder após o jogo anterior, quando eliminamos todas as expectativas dessa equipe."

Flaco López. "Não foi um jogo muito bem jogado, mas basicamente aplicamos o que já vínhamos fazendo, com três jogadores no meio-campo. Sem o Dudu, demos a oportunidade, por exemplo, para um jogador atuar na frente contra uma equipe aguerrida. A propósito, um aspecto que Flaco precisa melhorar é sua habilidade em segurar a bola de costas e sob pressão, especialmente contra um time tão agressivo como esse. No entanto, o mais importante foi alcançado: estamos na próxima fase."

Fase de Endrick. "A formação tem se desenvolvido muito bem e temos uma base sólida, mas reitero que jogar no time principal não é o mesmo que jogar nas categorias de base. Existem diferenças em muitos aspectos: não há o mesmo número de jornalistas presentes, nem a mesma pressão, torcida, comentários nas redes sociais e outras pressões. Sobre esse jogador: a escolha não é nossa. Há coisas que podemos controlar e outras que não."

Três zagueiros. "Já jogamos de diversas formas com todos os jogadores. Não sei se é uma tendência; é algo que podemos utilizar ou não. Infelizmente para vocês, não vou abrir as portas. Acho que é melhor assim do que permitir que sua criatividade desenhe qual jogador substituirá alguém. Ninguém substitui o Dudu, pois ele é único. Desde que cheguei ao Palmeiras, minha função é encontrar soluções, e é isso que faremos, seja com três zagueiros ou até quatro, como Guardiola já fez. A cultura aqui não está acostumada com tanta plasticidade tática. Se mudamos para um sistema tático diferente, então é o sistema que está equivocado."

Preenchendo o espaço de Dudu. "Posso jogar com o Jhon Jhon, um jogador que vem mais para o meio, ou com um ponta aberto. Vou decidir com base no que for melhor para o time. Isso é o que temos feito."

Expectativas para enfrentar o Boca Juniors. "O que farei até lá é viver minha vida como sempre, vivê-la com meus jogadores, minha família... Às vezes, esquecemos que estamos aqui por um período limitado. Enquanto a jornada durar, devemos aproveitar. Eu vivo assim, como treinador, marido e pai. Apesar de ser um treinador intenso, agora estou mais tranquilo em relação aos árbitros. Aprendi a não me incomodar mais, afinal, aqui no Brasil, quando queremos reclamar, precisamos ir à CBF, diferente de Portugal onde vamos à FIFA. Vou estar mais tranquilo no banco para ajudar meus jogadores e desfrutar da vida. Deus me abençoou com tudo e sou grato por isso, junto com o clube, os jogadores e a família. O futebol é apenas uma parte da minha vida, não é minha vida inteira."

Fim da turbulência. "A turbulência é criada pela cultura esportiva. Há dias, disse que achava que o único time que não estava em turbulência era o Botafogo, por estar em 1º lugar. Ganhamos duas competições, estamos em disputa em uma terceira — que acredito ser difícil, ainda mais porque o Botafogo está focando em apenas uma competição — e na outra, mantemos a ilusão. Parece fácil; é a 4ª vez na semifinal. Sabemos como o futebol funciona, às vezes ganhamos, outras vezes perdemos. O importante é que saibamos onde estamos, onde queremos chegar e estejamos cientes de que haverá turbulência no caminho, mas precisamos superá-la juntos, com o máximo de esforço que podemos oferecer. É isso que sempre fazemos. Desde que estou aqui, o Palmeiras tem consistentemente trazido títulos para nossos torcedores, e isso é o que importa. É essencial que uma equipe saiba lidar com esses momentos de turbulência, que geralmente são criados mais pelo exterior do que por nós mesmos."

Invencibilidade. "Algumas pessoas esquecem que no futebol há três resultados possíveis. Nossos jogadores sabem disso, e Deus os ama da mesma forma, quer ganhem, percam ou empatem. O amor de Deus por nós não está relacionado ao que fazemos em campo, mas sim à nossa atitude competitiva no futebol e na vida. Tenho a consciência tranquila de que a cada dia, dou o meu melhor na minha função, e é isso que peço aos jogadores."